Por Alyssa Miranda
A vida é uma rotina de escolhas e perdas. Sofrimentos e frustrações. Os primeiros passos e as primeiras quedas caminham juntos. É como se existisse uma sinergia entre caminhar e cair, um impulsionando o outro. Ao caminhar, cai e, ao cair, levanta mais forte para seguir em frente.
No início da caminhada não se sabe o que irá enfrentar: alegrias, descobertas, medos, desafios. Especialmente se nasceu em uma sociedade em que o molde é a perfeição. Onde tudo a encaixa em padrões e estereótipos. Transformam sua imagem em atributos de desejo e prazer, não para ela, mas para o outro. Apoderaram-se de sua liberdade e de seu direito de escolha. Atravancam sua inteligência com dúvidas até que a fazem acreditar não possuir nenhuma sabedoria em si.
Leva muito tempo – se é que acontece – até uma mulher descobrir a única verdade: tudo que ela precisa já está ali, dentro dela. Nossa sensibilidade nos fez enxergar além. Ampliou nosso olhar para os detalhes e nos fez dedicadas a eles. Nossa “fragilidade”, ao contrário de vulnerabilidade, nos fez mais fortes e compreensíveis. O que chamaram de fraqueza nos tornou seres capazes de tolerar as mais diversas dores (cólicas, partos, perdas e, até amores). Somos diversas. Plurivalentes. Únicas. E sabemos cuidar de tudo, de todos, do mundo.
Cá entre nós, damos conta de tanto!
Aprender a lidar com todos esses sentimentos é primordial para o amadurecimento psicológico. O diagnóstico de uma doença que ameaça a vida muda o seu fluxo. O tempo é cruel. Ele passa acelerado, constante, e quem o perde nunca mais o tem de volta.
Portanto, mulher, cuide de você. Não temos tempo a perder. E apoderar-se dessa verdade é cuidar de si e fazer de si prioridade nas escolhas diárias. Estar presente na própria vida é fazer valer o tempo.