Carol Sarmento é a mente idealizadora do Cuida. Com 40 anos, dos quais quase 18 foram dedicados à área médica, ela se tornou referência em clínica médica, medicina intensiva e cuidados paliativos, especialidades que acredita serem complementares para o movimento de cuidado que a guia em seu propósito de vida.
Sua reputação foi construída a partir de um olhar acolhedor e responsável e é repleta de ideias progressistas e boas práticas (e risadas) pelo caminho. A arte que impulsiona Carol para o mundo também a conduz para dentro de si, pois ao cuidar de si mesma, encontra a força necessária para cuidar dos outros.
Prestes a atingir sua maioridade médica, ela sentiu que era chegada a hora de dar vida ao Cuida, um projeto que nasceu no final de 2022 como fonte de informação e incentivo à prática do cuidado. Seu desejo é estimular as pessoas a desenvolverem esse cuidado não apenas com os outros, mas também consigo mesmas e, dessa forma, com a vida.
Capixaba vivendo em São Paulo, Carol abraçou a missão de reunir um time tão plural quanto ela, composto por pessoas comprometidas com o ato de utilizar a informação como forma de cuidar do próximo.
Quando questionada sobre como é viver a medicina na pele, Carol, que, entre tantas coisas, é apaixonada por viajar, responde com uma analogia:
“Ser um bom médico é como ser um guia em uma jornada turística. É nossa responsabilidade mostrar opções, oferecer suporte diante dos desafios, fornecer conhecimento e cuidado, além de oferecer informações para que as pessoas possam tomar as melhores decisões e ser o mais autônomas possível nesse processo.”
A criança que sonhava em se tornar astronauta e a adolescente que desejava seguir carreira jornalística foram abraçadas e acolhidas pela médica moldada pela prática do ikigai – conceito japonês para a busca e realização de um propósito de vida significativo e satisfatório.
“Acredito que a minha busca ao longo da profissão é a de alinhar a minha prática ao que eu realmente gosto de fazer, ao que estou tecnicamente preparada e capacitada para executar, e ao que a sociedade e o mundo necessitam. Viver e praticar o nosso ikigai pode ser uma das forças motrizes mais poderosas em nossas vidas.”
Formada em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Carol é especialista em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Medicina Intensiva pela AMIB/AMB e tem área de atuação em Medicina Paliativa reconhecida pela ANCP/AMB. Tem pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Hospital Sírio Libanês e residências médicas em Terapia Intensiva, pela UNICAMP, e em Clínica Médica, pela UFES.
Atualmente, é médica intensivista lotada na UTI adulto do Hospital Vila Nova Star e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, além de médica paliativista dos Cuidados de Suporte no Hospital Vila Santa Catarina/Einstein.
Para além da medicina – mas também dentro dela – a palavra definidora de sua personalidade é CURIOSIDADE. Exatamente por sua curiosidade, Carol se envolveu nos mais diversos projetos ao longo de sua jornada.
Entre as atividades que compartilha, visando incentivar o equilíbrio entre trabalho e diversão como ferramenta de transformação, ela destaca intervenções artísticas presentes em sua história, que proporcionam momentos de reflexão significativos para sua vida.
Nas aulas de cerâmica, por exemplo, ela descobriu que não se trata apenas de moldar o barro, mas também de aprender a lidar com imprevistos e encontrar soluções criativas. Essa experiência, ela relaciona à vida: quando algo não sai como planejado, é importante pausar, respirar fundo e encontrar uma nova abordagem antes de prosseguir.
Apaixonada por flauta e piano, Carol aprendeu com a música que, assim como uma bela melodia, a vida tem começo, meio e fim. Portanto, deve ser apreciada a cada nota.
Como uma leitora ávida, ela é constantemente impulsionada por novos desafios. Busca inspiração em seu conhecimento sobre o ser humano e tudo que o envolve. “Eu acredito que só podemos cuidar das pessoas se entendermos o que nos torna humanos”, reflete ela.
Para Carol Sarmento, cuidar de pessoas é humano, é digno, é ético e deve ser acessível, científico e social.
“Sou encantada por cuidar de gente e, com isso, encontrar propósito nas minhas ações, nos projetos que desenvolvo e na vida que eu levo. Acredito profundamente no legado que deixamos ao mundo em nossa jornada. Isso é o que me motiva a ir além.”