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O Brasil e a dengue

Por Equipe Cuida

Durante recente coletiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos temas abordados foi a situação da dengue, que ameaça cerca de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo. Em 2023, foram registrados aproximadamente 5,5 milhões de casos com 5.000 mortes confirmadas pela doença. 

A região das Américas foi especialmente afetada, com 4,5 milhões de casos e uma das maiores taxas de mortalidade. O Brasil liderou o número de casos, com cerca de 3 milhões, porém a taxa de letalidade foi relativamente baixa, de 0,4%. 

O mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença, tem silenciosamente aumentado sua presença em mais de 130 países, com uma tendência de expansão contínua, principalmente em regiões do Mediterrâneo, partes do sul da América do Sul e partes da África. Essa expansão é facilitada por mudanças ambientais e condições climáticas favoráveis à sua reprodução. 

O verão é a estação da dengue no hemisfério sul, com uma temporada de chuvas intercaladas por períodos de grande calor, consequência do fenômeno El Niño, que está ocorrendo na região. 

O armazenamento da água da chuva aumenta a proliferação dos mosquitos. No Brasil, a situação é alarmante, e o aumento de casos fez o governo declarar emergência.

Nas primeiras quatro semanas de 2024, as Américas registraram mais de 373.000 casos de dengue, incluindo 258 casos graves e 57 mortes. Todos os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) foram identificados na região, sendo a maioria dos casos registrada no Brasil, seguido pelo Paraguai, Colômbia, México e Nicarágua. 

Apesar de ser o recordista de casos, o Chefe do Programa Global de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Raman Velayudhan, considera o país um exemplo, pois conta com um forte sistema de vigilância, registrando os casos em três categorias: suspeitos, prováveis ​​e confirmados. 

Ele destaca que o Brasil em breve iniciará a imunização para crianças de 10 a 14 anos com a vacina QDenga (TAK-003), produzida pela empresa Takeda. A meta é vacinar cerca de 2,5 milhões de crianças em 512 municípios com mais de 100.000 habitantes. 

Novas vacinas são esperadas para o decorrer do ano, entre elas a desenvolvida pelo Instituto Butantã, que tem apresentado resultados positivos. O grande desafio, nos últimos 50 anos, tem sido encontrar uma única vacina que cubra os quatro sorotipos da dengue. 

Segundo o especialista, é necessário continuar incentivando o desenvolvimento e análise dessas vacinas para combater a dengue. Até lá, o melhor a fazer é seguir se cuidando e tomando medidas preventivas.

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