Por Carol Sarmento
Longe de mim dar uma de coach motivacional, mas acordei no plantão pensando no porquê eu faço o que eu faço. Aliás, esse é um tema que tem me ocorrido vez ou outra, e eu acho muito positivo que a gente possa reavaliar a rota, questionar os motivos, pensar nas razões de fazermos, estarmos, permanecermos e realizarmos.
Faz anos que sou encantada com a palavra ikigai (e se você já conversou comigo em consultas, na vida ou numa mesa qualquer, é provável que eu já tenha te falado sobre isso). Na ilha de Okinawa, as pessoas vivem e pensam sobre essa palavra desde a mais tenra idade, de maneira que elas encontrem um propósito para viver, uma razão para ser, para acordar de manhã e executar suas funções. E essa palavra, imbuída de ação, é um conceito que as acompanha e que é vivido por elas no dia a dia até mesmo na senescência da vida.
Não quero fazer apologia ao trabalho na terceira idade, tampouco romantizar que trabalhemos de sol a sol até morrermos. Mas ter um ikigai pode ser um caminho eficiente para uma vida equilibrada, com sentido, entusiasmo e motivação. Pode também ser uma baliza que te ajude nas encruzilhadas e escolhas, uma vez que você olha pra ele e consegue entender a opção que melhor se alinha aos seus motivos, vontades e propósitos.
Quando a gente entende o que podemos fazer em associação com o que a gente ama, com o que o mundo precisa, com o que somos bons em executar – e ainda podemos ser pagos para fazê-lo – podemos ter a resposta para a pergunta do milhão. Entender a conjunção entre missão, paixão, vocação e profissão pode gerar felicidade, força para seguir e lidar com as adversidades e satisfação durante o caminho.
Já pensou nisso? Alguma vez você gastou um tempinho para considerar e refletir sobre seu ikigai? Os japoneses acreditam que, uma vez que você encontre o seu, vai carregá-lo consigo durante a vida, de maneira que sua razão de viver seja cheia de prática e vida diária.
E por mais que o conceito te pareça vago, abstrato e inatingível, pessoalmente acredito ser possível e praticável essa ideia: tenho o meu ikigai e o carrego comigo, dia sim e outro também. Segredinho: ele começa com a palavra “cuidar” e termina com “de gente”. E se me ocorre uma oportunidade, uma escolha, uma porta nova, um desafio ou um dilema, observo se há alinhamento, proximidade e coerência com o meu ikigai antes de topar ou acolher a proposta.
Dica: tire um tempo para refletir sobre o assunto. Para pensar no seu ikigai. Desejo, de coração, que você também consiga encontrar e desenvolver o seu.
Boa semana!