Por Carol Sarmento
Semana passada, uma postagem da psicóloga Maria Vitória Tuma me fez refletir sobre a vida quando disse que caridade é um movimento verticalizado. E daí, eu fui ler sobre, e achei um texto do Eduardo Galeano que diz: “Eu não acredito na caridade. Acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical. Vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A caridade é humilhante porque é exercida verticalmente, de cima para baixo; a solidariedade é horizontal e implica respeito mútuo.”
Nas pesquisas que fiz sobre o assunto, também achei essa reflexão aqui: “A caridade é algo que você dá às pessoas ‘menos privilegiadas que você’. Sugere uma crença em um sistema hierárquico, um ‘nós’ e um ‘elas’. Cria uma dinâmica de poder que reforça ainda mais os sistemas de opressão e desigualdade econômica. A solidariedade, ao contrário, adota uma abordagem de mudança de sistemas. Sua filosofia fundamental é que todos os relacionamentos e dinâmicas de poder são multidirecionais e reconhece que todas as pessoas têm sabedoria e recursos para resolver problemas”.
PAH!
Então, solidários como podemos ser, te convido a parar diante das suas roupas de uso pessoal, dos filhos, de cama, mesa e banho, os sapatos da família, os brinquedos das crias e refletir sobre as frases:
“A gente tem mais do que precisa”
“Posso ajudar as pessoas do Rio Grande do Sul de maneira respeitosa e compassiva”
“Devo aprender com o que está acontecendo no Sul sobre consumo, cidadania, planejamento, política e mudanças climáticas”
“Faço parte da solução, não do problema”
“Não faço ideia de onde será a próxima catástrofe climática. Pode ser onde vivo ou onde vive quem eu amo”
“Nada pode nos preparar para acontecimentos dessa magnitude, por isso precisamos nos cuidar, cuidar dos outros e principalmente cuidar do local onde vivemos com consciência de que nossas atitudes influenciam a vida no planeta.”
“Existir é uma tarefa coletiva”
Faça da solidariedade um exercício permanente. Tenho certeza que você vai abrir os armários e encontrar ótimos itens, que estão esquecidos e serão de grande utilidade para as pessoas do Sul.
Pensa nisso.
