Meu nome é André Luiz Nogueira e minha história com o Alexandre Silva , fundador da ONG Favela Compassiva, é uma história de superação e agradecimento.
Meu filho nasceu normal, mas aos 4 meses e 3 semanas ele teve refluxo e veio a ficar especial. Ele começou a se alimentar através da sonda gastrojejunal e fez uma traqueostomia.
Muita gente não tinha muito conhecimento, mas era um quadro bem complicado, por conta da paralisia cerebral. Eu ainda me emociono contando essa história. Faz dois anos que ele faleceu. Na última internação dele, o posto nos apresentou a ONG Favela Compassiva. Foi nesse momento que o Alexandre nos falou que o Mateus estava em cuidado paliativo. Nós não sabíamos, mas ele já estava nos dias finais.
Aí, o voluntário da ONG conversou, que quando a pessoa é especial, quando sofre alguma doença, o seu círculo de amigos e o seu círculo de família são outros. Então, você precisa ter fé, ter esperança pra conseguir lutar. Se você não tem um conhecimento da causa, você acha que a pessoa vai ficar boa, vai melhorar, que é coisa passageira, mas às vezes não é. Aquilo veio nos ensinar algo maior.
Então, quando a ONG entrou na nossa vida, uma vez por semana, o padre também ia lá em casa, conversava, dava aquele entusiasmo, aquela alegria, a sensação que a gente não está só. A gente está sendo acompanhado.
Nós encontrávamos as pessoas na rua, conversávamos, a gente ia passear, no Jardim Zoológico, no Jardim Botânico, mas no fundo, a minha esposa, porque a mulher é mais sentimental, não que eu não gostasse do meu filho, mas a mulher sofre mais, queria ele estudando, brincando, ele bom. Então, ela chorava direto.
Quando ele se foi, eu senti que estava em dívida com a ONG, queria ajudar, poder retribuir alguma coisa. Eu queria fazer algum curso para poder tentar pagar a ajuda que eu recebi e transmitir para as pessoas. Fico feliz em poder ajudar”.