Por Equipe Cuida
Em 1938, pesquisadores da Universidade de Harvard iniciaram um estudo sobre o desenvolvimento adulto para determinar o que fazia as pessoas felizes. Foram escolhidos 724 participantes, 268 alunos do segundo ano da universidade e 456 meninos das áreas mais pobres de Boston que haviam conseguido escapar da delinquência. Esse grupo deveria responder a um detalhado questionário a cada dois anos. Com o decorrer do tempo, o estudo passou a incluir os cônjuges desses participantes originais e, posteriormente, os descendentes deles.
Ao longo desses 85 anos, os pesquisadores puderam acompanhar esse grupo de pessoas, da infância à velhice, e observaram que, ao contrário do que se pode imaginar, o sucesso na carreira, a riqueza, a aparência física não são os motivos de maior satisfação. O segredo para uma vida feliz é a qualidade dos relacionamentos. E para garantir relações saudáveis, equilibradas e uma vida plena, o fator mais importante é a saúde social.
Social fitness ou saúde social se refere à capacidade de estabelecer e manter relacionamentos fortes, o que é essencial para alcançar uma vida longa e feliz. O estudo mostrou que, mais do que a genética, as condições ambientais ou o quociente de inteligência (QI), a vida social tem um impacto físico na saúde das pessoas. A boa notícia é que, assim como o corpo, a saúde social também pode ser desenvolvida por meio de exercícios.
Existem várias formas de melhorar a saúde social, mas para isso é necessário fazer uma autorreflexão e avaliar as nossas relações,ser sinceros sobre a forma como distribuímos o nosso tempo e se estamos cultivando ligações duradouras com as outras pessoas.
Por exemplo, as pessoas que criam vínculos fortes têm maior probabilidade de experimentar um sentimento de pertencimento e de objetivo, sentir-se amado e apoiado, lidar melhor com o estresse e a adversidade, ter uma melhor saúde física e mental e viver mais tempo.
Separamos 5 dicas para trilhar o caminho para uma vida feliz:
1. Bons relacionamentos nos mantêm mais saudáveis e felizes.
Se analisarmos o que o estudo de Harvard concluiu depois de 85 anos de dados coletados e resumirmos as descobertas em um único princípio de vida, ele seria o seguinte: bons relacionamentos nos ajudam a ficar mais saudáveis e felizes por toda vida.
Enquanto isso, a solidão crônica aumenta em 26% a chance de mortalidade em um ano. As pessoas que se sentem mais isoladas tendem a apresentar um declínio na saúde mais cedo do que aquelas que estão conectadas a outras pessoas. Portanto, se você quiser fazer a única escolha que pode garantir sua saúde e felicidade, a ciência diz que é preciso cultivar relacionamentos calorosos.
2. Os relacionamentos exigem manutenção e renovação ativas.
É um equívoco pensar que, uma vez estabelecidas as amizades e os relacionamentos íntimos, eles continuarão a se desenvolver sem esforço. Entretanto, assim como os músculos, os relacionamentos negligenciados se atrofiam com o tempo.
Um outro estudo realizado por Harvard, perguntou aos participantes com 70 e 80 anos se eles se arrependiam de alguma coisa, e muitos expressaram o desejo de ter cuidado mais de seus relacionamentos.
3. Os relacionamentos são importantes, mas também podem ser desafiadores.
Você não precisa estar casado ou ter um parceiro para ter uma vida plena. Embora um relacionamento íntimo possa trazer alegria, todos os tipos de conexões podem gerar benefícios. Podemos nos beneficiar de amizades íntimas, conexões com parentes como pais, tias, primos e filhos, pessoas com quem trabalhamos e até mesmo relacionamentos casuais, como aquela pessoa que encontramos todos os dias no ônibus a caminho do trabalho ou a pessoa que entrega nossa correspondência.
Os relacionamentos, assim como a vida, são complexos e embora sejam essenciais para o nosso bem-estar, muitos de nós têm dificuldades com certos aspectos deles. Eles trazem alegria e desafios – amor, mas também dor. Os desafios oferecem oportunidades de crescimento e aprender a lidar com eles é fundamental.
4. Nossa atenção é um recurso precioso.
Nosso tempo, atualmente, é consumido por distrações, como quando ficamos na frente das telas do celular, do computador ou da TV. Em 2018, uma pesquisa mostrou que os americanos passavam mais de onze horas por dia consumindo mídia, incluindo televisão, rádio e smartphones, o que equivale a dezoito anos de vida desperta.
Você pode escolher a quem e ao que dedicar sua atenção. Pode priorizar seus relacionamentos e optar por desligar o celular e passar mais tempo com as pessoas que importam. Ao voltar sua atenção genuína aos outros, você pode fortalecer a base de uma vida plena.
5. Nunca é tarde para melhorar seu relacionamento com os outros.
Vivemos em um mundo que anseia por uma maior conexão humana. Às vezes, podemos nos sentir perdidos na vida, acreditando que estamos sozinhos e que não somos capazes de desenvolver amizades e relacionamentos duradouros. Imagine, por exemplo, uma pessoa que se muda frequentemente de cidade por causa do trabalho e não consegue estabelecer conexões significativas.
Para essas pessoas frequentar um clube ou uma academia, participar de clubes de leitura e descobrir pessoas que compartilhem dos mesmos gostos pode ser a solução. Não importa onde você vai encontrar seus novos amigos, o importante é saber que nunca é tarde demais.
