Por Carol Sarmento
Pode ser que essa frase já esteja em alguma campanha de marketing por aí. Eu até acredito que esteja, mas não estou aqui para pleitear os créditos ou dizer algo inovador. O que quero mesmo é te falar sobre o poder do ser. Desse verbo irregular, por vezes intransitivo, mas que aqui assume a característica que mais admiro: ser um verbo de ligação. E aproveito para usar o verbo ser ligando ao que mais desejo nesse final de 2023: mudança.
Mudar é um processo racional e intencional. Se você acha algo diferente disso, provavelmente não entendeu o tanto que mudanças genuínas perpassam pela nossa disciplina, consciência, compromisso e responsabilidade. E que todos esses elementos conversam entre si com nosso sentido de vida, nosso amor e nossas escolhas livres.
Daí que, se quero ser o poder da mudança para mim para este novo ano, preciso olhar para dentro, mergulhar fundo, fuçar minhas questões pessoais, eleger onde empregar minha energia e, racionalmente, agir no sentido de confirmar escolhas que me dirijam para a mudança que desejo. Exemplifico: se quero uma vida mais saudável, na qual minhas aptidões físicas e psicológicas estejam melhores e enseje mais qualidade de vida, conscientemente escolho comer melhor, dormir melhor, menos álcool e sedentarismo, emoções equilibradas e saúde mental. Não dá para coerentemente querer o bem-estar pretendido e preferir o combo “sofá + Netflix” ao invés de sair para caminhar e se exercitar.
Mais um exemplo: por vezes, vivemos relacionamentos de mão única e sem reciprocidade. (Parênteses: não estou cutucando ou implicando com você. Só aproveito para te lembrar que nós, seres viventes da era moderna, estamos suscetíveis a isso). Percebeu-se nessa situação? Seja a mudança: mesmo que seja necessária mudança de casa, de estado civil ou de latitude para que ela se efetive. Aja de acordo com a proposição feita, que suponho eu seja a de não permanecer nesse lugar de desproporcionalidade e não correspondência.
Tem gente que prefere até um marco físico para efetivar seu poder de mudança. Uma tatuagem, um visual radical, uma mudança no cabelo. Tudo bem se isso te for um início, um estalo, um empurrão direcional. Semana passada, passei a tesoura em mais de metro de cabelo cultivado por décadas, cansada do peso deles e desejando tempos de leveza para esse meu novo ciclo. E acho coerente e penso que está tudo bem em ter radicalizado o visual com cabelos bem curtos, para quem nunca os teve: desde que eles sejam a simples representação de todo um conjunto de ações e de escolhas diárias que me confirmem a mudança que ensejo, o poder que tenho em mim em fazer diferente e melhor, conscientemente e todos os dias.
Desejo a você a descoberta racional dessa capacidade que vive dentro da gente de mudar o que for preciso para que nosso novo ano seja cultivado, cuidado, humano e compassivo. Feliz 2024 com o poder da mudança da gente, para a gente.