Cuida

Que tal fazer o novo ano brasileiro durar mais que o glitter?

Por Lilia Lavor

Ah, o carnaval! Talvez o evento mais esperado por grande parte dos brasileiros. A festa que, independentemente se você vai participar dela ou não, ser afetado é inegociável. Que seja pelo funcionamento das cidades, das instituições, ou mesmo por aquela musiquinha da Ivete que fica “macetando” na cabeça quando você só queria concentração pra ler um livrinho ou terminar aquela tarefa importante. A verdade é que, gostando ou não do carnaval, você vai falar sobre ele se mora no Brasil. Entre uma marchinha e outra, a gente sabe que o ano só começa pra valer depois de botar o bloco na rua. Mas aí chega a Quarta-feira de Cinzas e, com ela, a lembrança de que a vida continua, mesmo que o glitter do Carnaval demore a sair.

Essa lembrança pode vir com o peso da famosa cobrança por produtividade, como se o tempo do carnaval fosse uma perda, uma falha ou mesmo um jeito de fugir das responsabilidades da vida. E se a gente iniciasse o novo ano brasileiro pensando que os benefícios desse período podem durar até mais que o glitter? Talvez a gente possa aproveitar a onda de diminuição do estresse pra pegar no tranco depois dos eventos. Estudos mostram que tanto a pausa no trabalho quanto aquela animaçãozinha da expectativa que começa até antes do evento em si, como na programação dos bloquinhos, busca por fantasias ou mesmo organização pra viagem, pode ser tão gratificante graças a uma moleculazinha chamada dopamina. Ela é liberada quando vivemos experiências agradáveis, proporcionando sensação de prazer e regulando o sistema dopaminérgico, muitas vezes desequilibrado pela exposição excessiva ao estresse do dia a dia.

Até aqui, espero ter te ajudado a perceber que não há tempo perdido quando você voltar na Quarta-feira de Cinzas e olhar para a demanda que te espera. Não precisa ter medo dela. Ok! Eu sei que a pilha de afazeres desanima, sei que existem prazos a serem cumpridos, mas vamos continuar na pegada de regulação do estresse, uma vez que nosso corpo foi bombardeado por dopamina? Lançar mão de ferramentas que ajudem a organizar nossa percepção sobre a demanda é uma forma de manejar o estresse. Comece pelo básico: escreva. Escrever tanto auxilia a visualização real do cenário de tarefas, como já é uma tarefa. Nosso cérebro identifica o start e diminui a percepção de procrastinação ou sensação de congelamento. A partir daí, podemos eleger prioridades, já que nem todas as demandas são urgentes e algumas podem ser terceirizadas ou até questionadas sobre sua real necessidade. Por fim, uma vez organizado o cenário, seja flexível com essa organização, dando espaço para o descanso e para atividades que ajudem o seu corpo na regulação do estresse. Lembre-se de beber água, manter uma alimentação saudável, voltar para as atividades físicas e preparar seu corpinho, que ano que vem tem mais Carnaval!

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